1 – Nostalgia + Originalidade: eles conseguiram criar uma história nova em cima de uma mistura deliciosa de referências, reunindo tudo de fantástico que houve no cinema daquela época; De Spielberg e seus clássicos (como E.T. – O Extraterrestre e Poltergeist), ao filme Conta Comigo, baseado numa história de Stephen King (e, aliás, Stranger Things poderia perfeitamente ter saído da cabeça do escritor – e mais alguém também achou que a Eleven tem um quê de Carrie, A Estranha?); passando por The Goonies, permeando a trama com terror e o sobrenatural que aparecem em diferentes graus de intensidade, como em muito dos filmes da franquia A Hora do Pesadelo (aquela do Freddie Krueger) e de Alien, o oitavo Passageiro. Sem falar que o núcleo adolescente tem muito dos filmes teens daquela década comandados por John Hughes, como Clube dos Cinco, por exemplo; mas, para além destas e de várias outras referências, eles fizeram uma trama genuína, sem imitar ninguém, fazendo com que você se identificasse e torcesse por cada personagem, criando uma identidade única para a série.
3 – Um elenco jovem talentoso e personagens carismáticos: Os jovens Nancy (Natalia Dyer), Jonathan (Charlie Heaton) e Steve ( Joe Kerry), à primeira vista, pareciam que iam viver um triângulo amoroso previsível, mas eventos aterrorizantes fazem com que os três tomem atitudes drásticas e se unam, entregando algumas das melhores sequências de ação da história. Ao mesmo tempo que são estereótipos, eles amadurecem e se reformulam.
Já as crianças são o motor da série, com interpretações seguras e maravilhosas. Destacam-se Millie Bobbie Brown, que, com apenas 12 anos e quase sem falar, vive com uma expressividade espantosa Eleven, a menina misteriosa de cabeça raspada, dona de poderes telecinéticos que a colocariam fácil na turma dos X-Men. Ela é abrigada por Mike Wheeler, vivido por Finn Wolfhard, que sabe dosar bem a doçura do personagem que está descobrindo o primeiro amor com a liderança do grupo.
Já Dustin parece muito com dois personagens hilários de Os Goonies: Bocão e Gordo. Vivido pelo fofíssimo além do conta Gaten Matarazzo, quem não caiu de amores por este banguela? Sem falar que os melhores quotes da série são dele ( “É melhor vocês correrem, ela é nossa amiga, e ela é louca!”)
4 – Trilha sonora matadora: Não dá mais para escutar “Should I Stay Or Should I Go” do The Clash da mesma forma! A série também traz clássicos pop como Africa, do Toto, uma versão da boweniana Heroes na voz de Peter Gabriel, Waiting For a Girl Like You, do Foreigner, por exemplo, fora aqueles sons etéreos criados com teclados bem típicos dos 80’s, como os que tinham nos filmes de terror de John Carpenter.